Autor da história: Carolina

Quem conta a história: Anónimo

Organização: ULHT

Título: Um problema que é falado mas não compreendido: uma história sobre o VIH

Nível: Inicial

Língua: Português

Resumo: Esta é a história de um homem seropositivo e da sua relação com a Associação Abraço. Podemos ler uma breve descrição do que é a sua vida, das dificuldades económicas pelas quais passa e também da forma como a Associação Abraço o ajuda. Podemos ver também como deixa transparecer o preconceito que ainda existe na sociedade relativamente às pessoas seropositivas.

Palavras-chave: VIH, Associação Abraço, solidariedade, dificuldades, preconceito

Um problema que é falado mas não compreendido: uma história sobre o VIH

Um acontecimento que marca para a vida e um diagnóstico que não consegue ser esquecido. Uma história que serve de aviso para explorar este tópico melhor, um exemplo de que a ajuda nunca é demais. A informação deve ser dada e não simplesmente relembrada uma vez por ano.

 

O trabalho da Associação Abraço é muito importante para combater este tipo de doenças e estes problemas sociais. 

 

Em 1996, vou para a Casa Amarela. É  a primeira casa de seropositivos. Depois aparece outra associação, a Santa Rita, vou para lá, mas há roubos com funcionárias, temos de trabalhar para receber alimentação. São os utentes que levam os doentes aos hospitais, os funcionários não vão. Em 2010, vejo uma notícia sobre a Associação Abraço. Um amigo dá-me a morada. Vou à associação, inscrevo-me e chamam-me. Informo as pessoas sobre a minha situação. Passo necessidades. A reforma é baixa, não consigo pagar nada. Aceitam-me. 

 

A associação não tem fins lucrativos. As técnicas ajudam muito, as assistentes também. Ajudam com a alimentação. A Dra. Joana Bastos está sempre disposta a ajudar qualquer utente, faz de tudo para resolver as situações. 

A associação deixa-me mais tranquilo. Lido bem com a doença, apesar do impacto muito grande, quando recebo a notícia. Quando sinto que algo não está bem, vou sempre às urgências. Sei que existe pouco voluntariado. Geralmente, pedem ajuda aos utentes e vamos fazer visitas, mas faltam mais ajudas, principalmente do Estado.

 

Como a Associação Abraço já existe há bastante tempo, no hall de entrada, junto à receção, há um quadro que mostra quem são as pessoas e empresas que ajudam. Não sei se ainda existem, se a ajuda continua.

 

Quando ao meu diagnóstico, no início, os próprios médicos escrevem nos relatórios que sou toxicodependente. Mas eu não sou toxicodependente. Sinto-me discriminado por pensarem sempre que uso drogas. Os toxicodependentes eram mais ajudados. Mas conto sempre a verdade, o sexo e não as drogas foi a causa da minha doença. Mas não sinto nenhum tipo de abuso por parte de profissionais.

 

A minha família sabe da minha doença. Alguns amigos sabem, não todos. No emprego não. Tento sempre evitar que as pessoas saibam que frequento a Associação Abraço, porque quando se fala da associação, sabem que trabalha com pessoas seropositivas. Quando trazem a alimentação, eu digo sempre que são da Junta de Freguesia do Benfica, não digo que é a Abraço porque não tenho de estar a explicar de onde vem a minha comida. 

 

Não preciso de psicólogos, lido sempre com as coisas, só eu.

 

A associação deve ir visitar o utente, ver se a pessoa está bem ou mal. Se a pessoa tem as condições em casa. Porque eu vejo pessoas a serem ajudadas que talvez não precisem tanto de ajuda como dizem que precisam. Por exemplo, eu pago 250€ de renda e recebo 287€ de reforma. A casa tem humidade, sou uma pessoa com problemas de saúde, fui operado a um cancro num pulmão em 2019. Chove dentro de casa. A senhoria não quer fazer obras, já estou com o processo em tribunal. Os móveis que eu tenho encontrei na rua, a única coisa que tenho é o micro-ondas e a televisão. Não tenho como comprar coisas novas. Não vale a pena com uma casa assim. Eu não posso beber um café na rua porque o dinheiro não chega. Os apoios são poucos.

Não se ouve falar muito do VIH. Mais no dia 1 de Dezembro, o dia mundial da luta contra a  sida, mas de resto não se ouve falar muito. Isso tem muito que ver com quem nos governa. Se falarmos mais, as coisas podem melhorar.

 

Conto a minha história para ajudar os outros e quando tenho um relacionamento com uma mulher explico a situação.


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End date: 31-10-2022

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